Para quem faz do busão, uma verdadeira paixão!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Documentário retrata o cotidiano da linha de ônibus Rio Doce/CDU


Se tem uma linha de ônibus que ganhou um vídeo-documentário retratando o seu cotidiano, esta linha existe e chama-se Rio Doce/CDU. Conhecida como uma das mais longas do Recife, o trajeto de ida e volta é feito em aproximadamente três horas e o ônibus atravessa altos e baixos até chegar ao destino final, que muitas vezes é prolongado devido aos congestionamentos nos horários de pico. O objetivo do vídeo é mostrar a linha como algo além de um meio de transporte público, ou seja, compartilhar histórias, paisagens e viagens nas idas e vindas dos ônibus.

Produzido pela cineasta pernambucana Adelina Pontual, o vídeo que narra um pouco do dia a dia da linha mais longa que já foi operada pela empresa Caxangá é fruto de muita pesquisa e dedicação. O trabalho audiovisual ainda revela detalhes que antes passavam despercebidos pelos passageiros, pois durante o longo trajeto do itinerário do ônibus, várias comunidades são percorridas, e as peculiaridades de cada localidade são ressaltadas no vídeo. A exibição convida a todos a fazer uma viagem por cores, sabores, rotinas, memórias e mudanças nos subúrbios de Olinda e Recife, em Pernambuco. No enredo, anônimos e personagens da vida real conhecidos das duas cidades contam suas histórias.

No canal de vídeos da internet, é possível encontrar diversos vídeos sobre a linha Rio Doce/Cidade Universitária. Abaixo, selecionei um deles. Assista!


Tão longo é o trajeto desta linha, que atualmente é operada pela empresa MobiBrasil, cruzando subúrbios e bairros tradicionais de Recife e Olinda, que se consome um bom tempo dentro do busão do início do seu trajeto até o terminal. O roteiro ainda inclui a entrada na Universidade Federal, levando e buscando estudantes que se dirigem diariamente ao centro acadêmico. Tanta popularidade rendeu até uma comunidade na internet em homenagem à Rio Doce/CDU. 

O documentário de Adelina Pontual rendeu diversos vídeos sobre a linha Rio Doce/CDU no YouTube
O documentário da cineasta mapeia as paisagens urbanas e também traz fatos pitorescos que fazem parte desta linha de ônibus. De uma maneira objetiva e sob a ótica de um usuário de transporte público, alguns passageiros que participaram da exibição revelaram algumas modificações que as cidades receberam ao longo do tempo e discutiram temas como habitação, trabalho, violência, mobilidade, cultura, costumes e lazer.

O filme de 72 minutos estreou no Cine PE no ano passado, mas só em abril deste ano foi lançado para o grande público. Desde então, foram exibidas 12 sessões gratuitas em espaços urbanos que estão no trajeto da linha. Veiculado em um circuito de quatro semanas entre as duas cidades vizinhas, o intuito do longa é devolver e aproximar o filme dos moradores das comunidades, que muitas vezes não têm acesso a salas de cinema. A proposta da obra é se identificar com os protagonistas da vida real destacados nas filmagens. Em 2013, o trabalho de Adelina Pontual foi reconhecido e premiado por entidades que desenvolvem ações no universo da sétima arte.

domingo, 19 de outubro de 2014

Uma viagem nos ônibus urbanos do Recife

Viajar nos ônibus de linha do Recife é um convite a conhecer melhor a cidade. Arte: Marcelo Flávio
Viajar nos coletivos da capital pernambucana para os mais diferentes destinos da cidade nos leva a conhecer mais o Recife e a vislumbrar o município de outro ângulo. Excetuando-se os dias de semana - quando o trânsito nas ruas e avenidas fica congestionado e a mobilidade comprometida - os finais de semana ou feriados são dias mais recomendados para uma atividade simples para muitos, porém divertida para quem é busólogo: andar de ônibus. Os roteiros para explorar os quatro cantos da Veneza Brasileira vão além dos limites que demarcam as fronteiras do Recife com cidades vizinhas, como Olinda, Paulista, Jaboatão, São Lourenço e Camaragibe.

Todo busólogo gosta de ônibus, principalmente de andar nele. Para fazer um passeio com os demais busólogos, vale levar lanche, contar piadas durante a viagem para descontrair o ambiente e colocar os assuntos referentes à busologia em dia. No mais, desfrutar da viagem dentro do busão no grupo aproxima os busólogos e estreita os laços de amizade. Outro ingrediente que adiciona maior gosto pela viagem é ouvir o "ronco" dos motores Volvo e Scania, nos ônibus de motor traseiro ou central. O barulho se assemelha ao de um motor de caminhão ou carreta e confere maior imponência e robustez ao veículo.

Conhecer a história de cada empresa de ônibus e embarcar neles rumo a qualquer destino da cidade é descobrir um pouco da identidade dos bairros percorridos durante o percurso. Durante os dias úteis, a dica é ouvir músicas com o fone de ouvido que servem como um passatempo durante a viagem. Além disso, o passageiro pode contar com o serviço dos vendedores ambulantes, que vendem chocolates, doces e outras guloseimas nos coletivos.

Em algumas situações, quem viaja em pé no busão lotado pode contar com a gentileza de quem está sentado, que prontamente se oferece para segurar a bolsa. Ônibus não transportam somente passageiros, transportam também histórias de vida. Histórias essas que se misturam, muitas vezes, ao trânsito caótico da capital pernambucana. Ao final do expediente, motoristas e cobradores descansam com a sensação de mais um dia do dever cumprido, até voltarem ao trabalho no dia seguinte...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A imponência e a robustez do Volvo B12M da Vera Cruz!

Ele chama a atenção por onde passa. O "azulão do asfalto" também não deixa por menos. O ronco do seu motor soa como música nos ouvidos de muitos busólogos. Além de correr muito, esse busão articulado da empresa Vera Cruz demonstra ter um motor muito potente, pois o mesmo arranca em segundos e atinge boa velocidade. Devido a ele ser um veículo com motor central, o seu assoalho é um pouco mais alto que os dos ônibus comuns. O nome da marca fabricante do chassi estampado na sua carroceria atestam sua qualidade. Afinal, Volvo é Volvo!


Aprovado pelos usuários, este modelo só peca por não possuir ar condicionado. Mas fora esse detalhe, este ônibus se destaca entre os demais. Melhor do que ele, na minha opinião, só o BRT. Além do mais, este modelo possui marcha automática, um item que confere maior primazia ao veículo por incluir a facilidade do motorista na hora de dirigir. São elementos que fazem do Marcopolo Gran Viale Volvo B12M da Vera Cruz um sinônimo de conforto e eficiência em termos de transporte, que reafirmam a sua imponência e robustez. Aposto que os fãs da Vera Cruz piraram quando viram as "máquinas" pela primeira vez e correram para serem os primeiros a fotografá-las!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Novo padrão visual adotado na licitação extinguirá para sempre a pintura dos ônibus do Grande Recife

Foi-se o tempo em que cada empresa de ônibus do Recife e região operava seus serviços de transporte de forma individual. É que agora as empresas vão formar consórcios e atuar de forma integrada. Cada lote apresentado na licitação agrupará três empresas. 

Por exemplo: o Consórcio Capibaribe é formado pelas empresas Globo, Transcol e Pedrosa. A linha Brejo é servida pela Pedrosa, mas a partir de então passará a ser operada pelo Consórcio Capibaribe, já que as empresas deixam de existir individualmente.



Algumas empresas adotaram pinturas provisórias em seus carros
Mas, junto com tudo isso, vem também outra grande modificação prevista em uma das cláusulas do contrato da licitação: a programação visual dos ônibus. Pinturas das mais diferentes empresas que, durante décadas, fizeram parte da paisagem das cidades, vão deixar de existir e darão lugar à nova pintura dos consórcios. 

A pintura-padrão dos ônibus que atendem ao Sistema Estrutural Integrado, ao que parece, permanecerá a mesma. Nas ruas do Recife, é possível visualizar diversos ônibus, incorporados recentemente por algumas empresas, com pintura provisória, já que estes só podem operar com a nova pintura quando o contrato que reúne os consórcios for assinado.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Rodoviários do Grande Recife entram em greve e deixam usuários sem transporte

Paralisação dos rodoviários afetou milhares de usuários do transporte coletivo no Recife
Mais uma vez motoristas, cobradores e fiscais cruzaram os braços desde às 00:00 do domingo pra segunda e deixaram cerca de dois milhões de passageiros sem transporte. Os trabalhadores rodoviários reivindicam reajustes salariais e aumento no tíquete refeição que, segundo eles, é um dos mais baixos do país. Enquanto não se entra num acordo entre o sindicato dos rodoviários e as empresas de ônibus, milhares de passageiros são prejudicados pela falta de transporte na Região Metropolitana do Recife, tendo que recorrer ao metrô, táxi ou até mesmo ao transporte clandestino.

Há também aqueles que têm sorte e conseguem pegar carona até o trabalho ou escola no automóvel de parentes ou amigos. Com o anúncio oficial da paralisação, muitos usuários até se programaram para sair mais cedo de suas casas e chegar a tempo no destino. Apesar do movimento de greve, a Superintendência Regional do Trabalho determina que pelo menos 30% da frota total de ônibus continue circulando para atender a população, sendo que muitas vezes essa determinação não é cumprida.

Grevistas afirmam que, com os salários defasados, seus ganhos não são suficientes para cobrir suas necessidades, pois a alta da inflação contribui para encarecer o preço dos produtos e diminuir o poder de compra do consumidor. Em contrapartida, empresários de ônibus acabam discutindo a necessidade de repassar o reajuste salarial dos rodoviários para os passageiros, aumentando, assim, o valor das tarifas de ônibus.

Foto: Diario de Pernambuco

domingo, 20 de julho de 2014

Você já andou de Curado IV/Barra? A linha mais famosa do Curado!


Muito comentada nas redes sociais e também pelos busólogos fora da vida virtual, principalmente aqueles residentes no bairro do Curado, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, esta linha de ônibus talvez ganhe notoriedade pelo seu longo percurso, pois são três horas de ida e volta em cada viagem. Além do mais, a mesma enfrenta diariamente as mais diversas intempéries durante sua jornada: buracos nas pistas, engarrafamentos, ônibus da linha que quebram no caminho e toda sorte de dificuldades, juntando a isso os constantes assaltos, comuns a qualquer linha de ônibus.

Esta linha de ônibus que serve ao bairro do Curado já rendeu até esta montagem!
Servida pela empresa Metropolitana, a linha do Curado/Barra já ganhou diversas "homenagens" dos usuários nas redes sociais, sendo, portanto, uma das mais famosas, digamos assim, linhas de ônibus da nossa querida região Metropolitana. Há quem diga que os ônibus que a empresa põe na linha não são lá essas coisas em termos de conservação, mas também existem aqueles que já se acostumaram a viajar todos os dias nesta que faz um dos percursos mais longos da cidade de Jaboatão, atravessando um bocado de bairros.

Este texto abaixo eu extraí na rede social de um usuário da linha, que resolveu fazer uma homenagem ao Dia do Amigo falando sobre a linha 409 - Curado IV/Barra de Jangada:

"A amizade tem que ser como o Curado IV/Barra
Mesmo passando por altos e baixos (As ladeiras do IV e do Ibura por exemplo) se mantem firme e forte!
Amigos são aqueles que andam sempre juntos... que nem o Barra que quando passa na avenida vem uns 5 juntos.
Amigo é aquele que vai até o fim do mundo por você... chegar no Terminal do Barra é sinal que você chegou ao fim do mundo kkk
Texto extraido do livro de auto-ajuda "Curado IV/Barra lições para a vida"
Feliz Dia do Amigo aos Curadenses."

Sendo assim, eu aqui do blog também aproveito para desejar a todos um feliz Dia do Amigo!

sábado, 28 de junho de 2014

Motor dianteiro X motor traseiro: qual você prefere?

A nova geração de ônibus com motorização traseira parece não fazer mais o mesmo sucesso do passado, coisa de 20/25 anos atrás. Nestas duas últimas décadas, este modelo de ônibus vem perdendo espaço no Brasil, especialmente em Pernambuco, onde a frota de traseiros se limita apenas aos ônibus articulados, a exemplo das empresas Borborema e Caxangá, adquiridos a pouco tempo e que são os poucos "sobreviventes" ainda a circular na frota pernambucana, já que a preferência da maioria das empresas de ônibus daqui é pelos ônibus de motor dianteiro. Parece que a cada ano que se passa, os veículos de motor traseiro, de uma maneira geral, estão sumindo do mapa e dando lugar aos ônibus comuns.

MONOBLOCOS FIZERAM PARTE DA FROTA RECIFENSE DURANTE MUITOS ANOS



Para muitos empresários do setor de transportes, os veículos nesse tipo de configuração já não trazem mais vantagens em relação aos ônibus convencionais, pois a realidade atual do sistema de transporte não permite a circulação e o pleno funcionamento destes no trânsito. A partir daí, vários pontos são levados em consideração: percursos que o veículo de motor traseiro irá circular, demanda de passageiros a ser transportados, média de duração da vida útil, manutenção, viabilidade de aquisição de veículos deste porte, etc. Além do mais, como todo busólogo sabe, as péssimas condições das nossas estradas não favorecem a operação destes ônibus. Ainda assim, dá saudade de ouvir aquele ronco do motor que ouvíamos quando crianças, principalmente dos monoblocos.

Até então, apenas articulados como este da foto acima possuem motor traseiro no Recife
Apostar na motorização traseira poderia influenciar negativamente na qualidade do serviço de transporte em determinadas regiões, já que muitos empresários do estado já dispensaram este modelo de ônibus de suas garagens alegando altos custos de manutenção e problemas de operacionalização. Vale lembrar que existem as exceções, dependendo da marca fabricante do chassi do ônibus e da manutenção preventiva realizada pelas empresas. E para fins de registro histórico, a cidade do Recife já possuiu uma frota bastante diversificada de modelos traseiros, como a antiga Oliveira (de Paulista), a finada Olindense, Caxangá, Borborema, Cidade Alta, entre outras, durante as décadas de 1980 e 1990 e o início dos anos 2000. Com a nova licitação que passou a vigorar este ano, alguns busólogos pernambucanos alimentam esperanças de serem adquiridos novos ônibus nos próximos meses, especialmente de motor traseiro.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Terminal Rodoviário do Recife cai no esquecimento e mostra sinais de abandono


O Terminal Integrado de Passageiros do Recife já não possui mais o mesmo brilhantismo do passado. Há anos o local vem apresentando falhas em sua estrutura e funcionamento, deixando a desejar em diversos aspectos, como na iluminação e segurança, entre outras questões. Utilizado diariamente por centenas de passageiroso TIP foi inaugurado em 1986 e prometia ser um dos maiores e mais modernos terminais rodoviários do Nordeste. Hoje parece que essa frase já não faz mais sentido.

Por todos os lados a cena que se observa é de abandono e falta de manutenção em muitos pontos, como os banheiros, por exemplo, com alguns vasos quebrados e condições precárias de higiene, escadas rolantes sem funcionar e a presença constante de animais e pedintes nas dependências do terminal. Até comerciantes que trabalham no TIP reclamam da falta de atenção em relação ao local. Relatos apontam para o acúmulo de sujeira, iluminação precária, falta de segurança etc. Já para os passageiros e turistas a imagem que fica não é muito positiva.

Escadas rolantes paradas, acúmulo de sujeira e animais na praça de alimentação: retrato do abandono

Carros estacionados em local proibido, dormitório de mendigos e banheiros quebrados: retrato do descaso
Os problemas referentes ao terminal de passageiros parecem estar longe de uma solução, pois há vários anos as queixas se repetem. Não há quem fiscalize as operações e o funcionamento do terminal rodoviário e muitos transtornos são gerados a partir disso. A insegurança é reforçada pela presença de flanelinhas e a falta de agentes da CTTU para disciplinar o trânsito no local, já que muitos carros ficam parados em locais proibidos. Quem precisa se deslocar com o veículo encontra dificuldades na disputa por espaço.

Outro acontecimento bem comum na área externa do TIP é a presença de mendigos usando as antigas paradas de ônibus como dormitório. Isso pode contribuir para afastar os usuários. A Socicam é a concessionária que administra o terminal desde 2008 e seu contrato para gerenciamento do local é de 30 anos. A um portal de notícias na internet, a empresa informou por meio de uma extensa nota que os problemas estão sendo sanados e que recentemente o lugar passou por reformas.

Fotos: g1.com.br

sábado, 21 de junho de 2014

Obras de mobilidade para a Copa deverão ser concluídas totalmente em 2017

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata/PE
Muita coisa que foi prometida para melhorar a mobilidade urbana das cidades-sedes do Mundial da Copa do mundo não ficaram prontas a tempo para os jogos. Algumas delas sequer ganhou forma. As muitas obras de mobilidade urbana projetadas especialmente para a Copa em todo o Brasil deverão ser concluídas, em sua totalidade, até 2017. É o que revela um levantamento feito pelo governo e divulgado na imprensa. Na capital pernambucana não é diferente, sendo que muitos projetos que aqui estavam sendo elaborados ainda não decolaram na prática e já somam três anos de atraso.

Muitas obras estão atrasadas, a exemplo desta que é uma das estações de BRT do corredor Norte/Sul
Um dos exemplos disso é o Túnel da Abolição, no bairro da Madalena. Apesar das constantes interrupções no ritmo das obras por conta da época de chuvas, que atrasou os trabalhos, vários prazos foram prorrogados e, mesmo assim, ainda deve levar um tempo para que tudo fique pronto. Já a Via-Mangue, que pretende facilitar o deslocamento dos motoristas da Zona Sul do Recife, foi inaugurada a poucos dias, ou seja, depois do início dos jogos da copa. A passarela do metrô da linha Sul, que liga a estação Aeroporto ao Aeroporto dos Guararapes, ainda está tendo seus últimos serviços concluídos.

Independentemente deste evento esportivo de grande porte, é importante avaliarmos que o que importa neste momento não é a Copa em si, mas o legado que ela deixará em termos de transporte público de qualidade para o povo e obras que beneficiarão as cidades-sede do mundial. Apesar de muitas obras estarem atrasadas, muita coisa se fez e ainda precisa ser feita para melhorar a qualidade de vida dos usuários do transporte público. Ainda pegando carona neste evento esportivo, não devemos esquecer do Corredor Norte-Sul, que ligará Igarassu ao Centro do Recife, também prometido para ficar pronto e servir aos torcedores e turistas, mas que na prática ainda está engatinhando no ritmo das obras.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma breve história da antiga Rodoviária Rio Pardo

Ônibus da antiga Rio Pardo abandonados no pátio da empresa - 2008
A Rodoviária Rio Pardo foi uma empresa de ônibus que, assim como a Amapá, Rodolinda, Olindense, Tamará entre outras, deixou de operar seus serviços de transporte e fechou as portas. Intitulada de "Rio Pardo", a empresa também utilizava o nome fantasia "Rui Barbosa", nome que durante muitos anos ficou registrado na rotina dos passageiros que utilizavam suas linhas diariamente, principalmente aqueles que se deslocavam para a Zona Norte da capital pernambucana.

Este prédio foi a única lembrança que restou da extinta Rio Pardo. Foto: Anderson Miguel
Uma das primeiras empresas de ônibus fundadas no Recife, diz a história que o fim da Rio Pardo foi acompanhado por diversas ações judiciais e intervenções feitas pela antiga EMTU na operação de suas linhas. A empresa chegou a operar um total de 15 linhas, concentradas principalmente na Zona Norte do Recife. Apesar de não existir mais, a Rio Pardo sempre estará registrada na história do transporte coletivo pernambucano. A companhia teve seu fim definitivo em junho de 2003.

Algumas linhas operadas pela extinta Rui Barbosa e atualmente servidas pela Transcol (área 10):

330 - CASA AMARELA/CDU

511 - ALTO DO MANDU

516 - CASA AMARELA (Nova Torre)

524 - SÍTIO DOS PINTOS (Dois Irmãos)

527 - SÍTIO DOS PINTOS/IMIP (Joana Bezerra)

531 - CASA AMARELA (Rosa e Silva)

533 - CASA AMARELA (Bacurau)

930 - RIO DOCE/DOIS IRMÃOS

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Ônibus turístico Recife/Olinda ainda não saiu do papel!

Anunciado em dezembro de 2013 pela Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, o projeto do ônibus turístico contaria com 6 ônibus modernos de modelo Double Deck, com capacidade para 74 passageiros, capota retrátil, compartimento para bicicletas, plataformas de acessibilidade para cadeirantes e ar condicionado. O percurso do veículo seria de 43 km, partindo do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, até a igreja do Carmo, em Olinda. O modelo é copiado de cidades desenvolvidas como Londres e Buenos Aires e o veículo contaria ainda com serviço especial de guia trilíngue e audiodescrição para deficientes.


Previsto para entrar em operação em abril deste ano, o ônibus turístico que levaria os turistas e visitantes da capital pernambucana para fazer um tour entre as duas cidades ainda não saiu do papel. O ônibus tinha como um dos objetivos promover a integração entre os principais atrativos turísticos de Recife e Olinda, facilitando os deslocamentos dos turistas. Para quem desejava, ansioso, conhecer e viajar na novidade que mudaria a cara do turismo pernambucano, fica a pergunta no ar se este projeto vai realmente decolar. A um site de notícias, a Empetur afirmou que até o segundo semestre deste ano o sistema vai ser implantado na cidade.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O triste fim de muitos ônibus: o ferro-velho!


Todos sabemos que tudo tem o seu tempo, principalmente aquele objeto que usamos com frequência ou mesmo um veículo automotor para o nosso transporte. Um automóvel, por exemplo, é lançado por uma montadora e revendido por uma concessionária. Os consumidores ficam na expectativa de “estreiar” nas ruas o tão sonhado carro novo. Neste caso, com o ônibus não é diferente. Muitos busólogos até fazem plantão nas portas das garagens de empresas esperando as novidades da renovação chegarem, para serem os primeiros a fotografar as máquinas novas!

No entanto, após um certo período que varia entre 7 e até 13-14 anos de vida útil, os coletivos, já muito velhos, assumem papel secundário nas atividades de transporte: ou são aposentados e ficam na garagem por um bom tempo esperando um comprador, ou são vendidos a escolas, empresas, órgãos privados etc, ou mesmo são vendidos diretamente para o ferro-velho e transformados em sucata.

Ônibus que outrora transportavam passageiros nas décadas de 80 e 90, hoje estão parados
Diferente das demais opções, na sucata o ônibus é desmontado e suas peças são reaproveitadas em outros veículos, como caminhões por exemplo. Há ainda aqueles ônibus que permanecem durante muitos anos parado, levando chuva, sol e enfrentando outras intempéries do tempo. Parece que o relógio é um inimigo, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica aproveitar o velho ônibus. A única coisa que se torna viável é o reaproveitamento das peças.

Na minha infância, assisti a um desenho animado na televisão em que uma motorista de transporte escolar assistia triste aos últimos momentos de operação de seu velho ônibus. A personagem infantil insistia em dizer aos passageiros mirins que seu veículo iria, em breve, ser desativado e transformado em latinhas de refrigerante. Mas no final da história, uma reviravolta acontece: o ônibus da motorista é reformado e entregue, novinho em folha, a ela novamente e então o desenho ganha um final feliz. Mas, na vida real, nem sempre é assim.

No final do ano passado, eu e meu amigo busólogo Luiz Carlos visitamos um terreno com ônibus abandonados no bairro de Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo de Santo Agostinho. A quantidade de veículos que outrora transportavam passageiros nos anos oitenta e noventa é grande, ao lado de peças e ônibus desmontados. No entanto, o que para muita gente não passa de sucata e ferro-velho, para nós, busólogos, são verdadeiras relíquias de um passado que não volta mais, mas que permanece eternamente imortalizado nas nossas memórias.

domingo, 8 de junho de 2014

BRT finalmente começa a circular no Recife

Foto: Guto de Castro
Alguns ônibus articulados do BRT (Bus Rapid Transit), que em português significa Transporte Rápido por Ônibus, começaram a circular a partir de ontem, sábado (07/06) no Recife. Os passageiros receberam a novidade com muita expectativa, já que o sistema BRT promete revolucionar o sistema de transporte na capital pernambucana, tanto pela modernidade quanto pela comodidade aos usuários. Apesar de todo esforço para entregar as obras do corredor do BRT a tempo para a Copa do Mundo, apenas duas estações foram entregues no corredor Leste/Oeste.

A expectativa do Grande Recife Consórcio de Transporte é que até o final da próxima semana, todas as estações do veículo localizadas na Av. Caxangá estejam funcionando, já que a grande maioria delas ainda está em fase de implantação. Os novos ônibus articulados, Via Livre, transportam cerca de 140 a 160 passageiros, contam com ar condicionado e possuem ainda a vantagem da rapidez, já que estes irão circular em corredores exclusivos e os passageiros vão pagar a tarifa antes de embarcar no coletivo, dentro das estações.

O novo modelo de transporte apresentado é semelhante ao metrô, com as plataformas de embarque/desembarque em nível e pagamento antecipado da passagem. No Recife, o sistema será conduzido pelo Consórcio Conorte e pela Rodoviária Metropolitana. Os ônibus Via Livre irão agilizar o transporte de passageiros e diminuir o tempo de espera pelo transporte. Nas próximas semanas, as estações ainda em obras serão inauguradas gradativamente.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Empresa São Paulo dá adeus ao transporte pernambucano

Hoje as ruas da Zona Norte do Recife amanheceram sem um detalhe especial. Os carros da São Paulo, empresa de ônibus fundada em 1944, já não estavam mais circulando pela cidade, em especial na área norte, local que concentrava a principal área de atuação da empresa e sua garagem. Suas linhas foram assumidas pela empresa Caxangá, com exceção das linhas 710 (Beberibe/Derby) e 718 (Córrego do Euclides/Derby), assumidas respectivamente pela Globo e Pedrosa.

Apesar do nome, a São Paulo surgiu aqui em Pernambuco. Conhecida como uma das empresas mais antigas do Recife, a São Paulo foi uma das primeiras a ser fundadas na capital e que já acumulava 70 anos de história. Sua história começou em 1944, no bairro de Beberibe, com os irmãos Raul e Mário de Mello Morato. Os dois fundaram juntos a companhia de transportes que, com o passar dos anos, se tornou uma das mais tradicionais empresas de ônibus do Recife.

Enquanto um dos irmãos dirigia o ônibus, o outro assumia as funções de cobrador. A partir de 1970, seu controle acionário foi passado para as mãos de Luiz Antônio Morato, que conduziu sua expansão até os dias atuais. A partir de então, foram décadas de trabalho que deixaram sua marca registrada na história do transporte coletivo!

A São Paulo deixará saudades!!! E aqui vai a foto de um monobloco da empresa nos anos noventa.
A São Paulo detinha 19 linhas e possuía uma frota de 120 ônibus. A empresa atuava em parceria com a Rodolinda, uma espécie de "empresa-irmã", que era de propriedade do filho do dono, e os dois eram sócios. Ainda assim, a Rodolinda também deixou o sistema de transporte do Recife por não se enquadrar na licitação.

Após o encerramento das atividades das duas empresas, uma série de mudanças radicais ocorreu no transporte recifense: alguns veículos da São Paulo foram incorporados pelas empresas Caxangá e Metropolitana, e outros veículos já desativados dessas duas empresas foram reativados para atender a grande demanda de usuários. Alguns passageiros chegaram a reclamar da demora e superlotação dos ônibus.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A evolução do Torino


Criado em 1983, o ônibus da marca Torino foi desenvolvido para atender as necessidades da população usuária do transporte coletivo nos grandes centros urbanos. Algumas empresas, clientes fiéis da encarroçadora Marcopolo, detentora do modelo Torino, optaram por manter em suas garagens, em suas respectivas épocas, todos os ônibus da geração, família que está presente nesses mais de trinta anos transportando os brasileiros. Uma marca que se consolida agora com a criação e lançamento do mais novo modelo da Marcopolo, o Torino 2014. Pelo que eu sei, até então nenhuma empresa de ônibus de Recife e cidades vizinhas adquiriu o novo ônibus, mas como este ano é o ano das renovações, vamos esperar pra ver.

Considerado um nome forte e representativo no segmento dos transportes de passageiros, a marca criada pela Marcopolo há três décadas tem sido tratada de forma específica dentro da linha de montagem e produção. O novo Torino 2014, com design moderno e arrojado acompanha as tendências da família Marcopolo e foi preparado para atender as necessidades específicas do mercado, aliando conforto e comodidade aos usuários. Um clássico dos urbanos que fez história e que chegou para ficar. A sexta versão do ônibus da encarroçadora gaúcha deixará sua marca registrada no segmento de transportes.

Detalhes da dianteira do novo Torino 2014
Este mais novo lançamento da encarroçadora engloba todo o envolvimento das equipes de engenharia, produção e marketing, confirmando o compromisso da Marcopolo de fazer o modelo como um referencial de transporte urbano de passageiros. Além disso, a linha de montagem da empresa foi reestruturada, visando se adequar aos novos padrões de produção do novo ônibus, centralizando sua fabricação no Rio de Janeiro, unidade da fábrica responsável por produzir o modelo. Diante desse novo cenário de Copa do Mundo e melhorias no transporte público, a expectativa de clientes e usuários do transporte é que as mudanças visem reforçar os atributos de seu lançamento.

Abaixo, as imagens da evolução do Torino nestas três décadas de existência:






Atual 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Entrevista com o escritor Carlos Bezerra sobre a história do transporte no Recife


Segue, abaixo, minha pequena entrevista com o autor do livro 'O Recife e seus bairros', Carlos bezerra Cavalcante, que muito gentilmente me cedeu informações sobre um pouco da história dos transportes em nossa cidade.

1° Quais os bairros do Recife que receberam as primeiras empresas de ônibus?
R – Não tenho essa informação. Talvez vc encontre algo no livro (Transportes coletivos no Recife) de Luis Calheiros de Mendonça.


2° Na medida em que o Recife foi surgindo e se expandindo como cidade, como as pequenas companhias de transporte foram vendo a necessidade de colocar seus carros para circular, de acordo com o n° de habitantes, de acordo com as poucas estradas existentes na época, etc?
R- Seguia, logicamente, a demanda. Como o ônibus foi o sucessor do bonde, podemos deduzir que as linhas serviam as mesmas localidades que os bondes.  Esse é outro  assunto que vc poderá conseguir no livro acima  citado.


3° Nas décadas de 1960/70 existiram várias empresas de ônibus que faliram ou foram incorporadas por outras empresas. Se for o caso de lembrar de alguma, poderia citar ou citá-las?
R – A Empresa Autoviária de Vivi Menezes, surgiu logo depois da Segunda Guerra Mundial. Porém durou, apenas um pouco mais de uma década. As empresas de ônibus, na década de 1950 tinham a seguinte constituição:
         65 empresas com apenas um ônibus
         15       “         com     2 ônibus
         15                “         com           3 ônibus
         07       “          com    4 ônibus
         06     “        com   5 ônibus
         04     “        com   6 ônibus
         04     “        com   7 ônibus
         02     “        com   8 ônibus
         03     “        com    9 ônibus
         01     “        com   10 ônibus
         02     “        com   15 ônibus
         01     “        com   20 ônibus
         01     “        com   25 ônibus
         01     “        com   42 ônibus
         01     “        com   81 ônibus.
Total= 501 ônibus servindo a cidade do Recife.



4° É verdade que, na época das antigas maxambombas e trens urbanos, muitos passageiros começaram, em certo período, a migrar para os ônibus, levando em decadência os veículos das antigas estradas de ferro? E como foi essa transição?


R- Não foi bem assim. As maxambombas a partir de 1814, começaram a ser substituídas pelos bondes que, por sua vez, a partir da segunda metade da década de 1940 começaram a ser substituídos pelos ônibus fato que se consumeou no final dos anos de 1950.


5° As primeiras carruagens e veículos de tração animal, que antecederam as jardineiras e sopas, foram trazidas para o Recife por iniciativa de qual empresário, há registros com nome dessa pessoa ou dessas pessoas e época aproximada (mês e ano)?
R – A registro de que a primeira carruagem surgiu no Recife em 1785, e teria pertencido ao bispo diocesano D. Frei Diogo de Jesus Jardim. Em 1817 existiam cerca de 6 carruagens no Recife e pertenciam ás seguintes pessoas:
1 – Governador Caetano Pinto. 2 – Bispo diocesano D. Frei Antonio Bastos. 3 – O Intendente da  Marinha Cândido José de Siqueira. 4 – Marechal João Roberto Pereira. 5 – Advogado José Luis de Mendonça. 6 – Crinista Dr. Francisco de Soares Mariz.


6°Como era o transporte coletivo no Recife na década de 1980?
R – Em 1980 tivemos os últimos ônibus elétricos e o início da queda da companhia de transportes Urbanos, CTU, criada em 1953 e que teve a sua apoteose no final dos anos 60 até os anos 70 de séulo passado.


7° O surgimento dos primeiros arrabaldes da cidade se deu em sintonia com o surgimento do transporte coletivo?
R – Não, os primeiros arrabaldes surgiram de antigos engenhos e tinham vida praticamente isolada., quando ainda não havia o transporte coletivo. A primeira experiência foi o chamado ônibus de Soley que servia os arrabaldes de Caxangá e Apipucos.


8° Houve algum gestor municipal, em nossa geração, preocupado em melhorar e ampliar as vias de tráfego da cidade para a passagem dos transporte públicos?
R – Sim. Poderíamos citar,entre eles, os prefeitos Pelópidas Silveira e augusto Lucena 


9° A política exerceu muita influência no segmento de transportes recifense? Ex.: Pelópidas Silveira, um político muito atuante na cidade nos anos 50 e 60, exerceu grande influência... Poderia citar um pouco sobre ele ou sobre algum outro gestor municipal/estadual que influenciou o transporte urbano em nossa cidade?
R - ;Você não terá dificuldade em pesquisar sobre esses dois prefeitos


10° O sr. teria alguma coisa para acrescentar em relação ao transporte público da RMR, de uma maneira geral (ônibus, trens, metrô, barco)?
R – O que tenho a dizer sobre os transportes urbanos no Recife é a falta de atenção aos transportes fluviais, haja vista as peculiaridades aquáticas de nossa cidade