Para quem faz do busão, uma verdadeira paixão!

sábado, 28 de junho de 2014

Motor dianteiro X motor traseiro: qual você prefere?

A nova geração de ônibus com motorização traseira parece não fazer mais o mesmo sucesso do passado, coisa de 20/25 anos atrás. Nestas duas últimas décadas, este modelo de ônibus vem perdendo espaço no Brasil, especialmente em Pernambuco, onde a frota de traseiros se limita apenas aos ônibus articulados, a exemplo das empresas Borborema e Caxangá, adquiridos a pouco tempo e que são os poucos "sobreviventes" ainda a circular na frota pernambucana, já que a preferência da maioria das empresas de ônibus daqui é pelos ônibus de motor dianteiro. Parece que a cada ano que se passa, os veículos de motor traseiro, de uma maneira geral, estão sumindo do mapa e dando lugar aos ônibus comuns.

MONOBLOCOS FIZERAM PARTE DA FROTA RECIFENSE DURANTE MUITOS ANOS



Para muitos empresários do setor de transportes, os veículos nesse tipo de configuração já não trazem mais vantagens em relação aos ônibus convencionais, pois a realidade atual do sistema de transporte não permite a circulação e o pleno funcionamento destes no trânsito. A partir daí, vários pontos são levados em consideração: percursos que o veículo de motor traseiro irá circular, demanda de passageiros a ser transportados, média de duração da vida útil, manutenção, viabilidade de aquisição de veículos deste porte, etc. Além do mais, como todo busólogo sabe, as péssimas condições das nossas estradas não favorecem a operação destes ônibus. Ainda assim, dá saudade de ouvir aquele ronco do motor que ouvíamos quando crianças, principalmente dos monoblocos.

Até então, apenas articulados como este da foto acima possuem motor traseiro no Recife
Apostar na motorização traseira poderia influenciar negativamente na qualidade do serviço de transporte em determinadas regiões, já que muitos empresários do estado já dispensaram este modelo de ônibus de suas garagens alegando altos custos de manutenção e problemas de operacionalização. Vale lembrar que existem as exceções, dependendo da marca fabricante do chassi do ônibus e da manutenção preventiva realizada pelas empresas. E para fins de registro histórico, a cidade do Recife já possuiu uma frota bastante diversificada de modelos traseiros, como a antiga Oliveira (de Paulista), a finada Olindense, Caxangá, Borborema, Cidade Alta, entre outras, durante as décadas de 1980 e 1990 e o início dos anos 2000. Com a nova licitação que passou a vigorar este ano, alguns busólogos pernambucanos alimentam esperanças de serem adquiridos novos ônibus nos próximos meses, especialmente de motor traseiro.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Terminal Rodoviário do Recife cai no esquecimento e mostra sinais de abandono


O Terminal Integrado de Passageiros do Recife já não possui mais o mesmo brilhantismo do passado. Há anos o local vem apresentando falhas em sua estrutura e funcionamento, deixando a desejar em diversos aspectos, como na iluminação e segurança, entre outras questões. Utilizado diariamente por centenas de passageiroso TIP foi inaugurado em 1986 e prometia ser um dos maiores e mais modernos terminais rodoviários do Nordeste. Hoje parece que essa frase já não faz mais sentido.

Por todos os lados a cena que se observa é de abandono e falta de manutenção em muitos pontos, como os banheiros, por exemplo, com alguns vasos quebrados e condições precárias de higiene, escadas rolantes sem funcionar e a presença constante de animais e pedintes nas dependências do terminal. Até comerciantes que trabalham no TIP reclamam da falta de atenção em relação ao local. Relatos apontam para o acúmulo de sujeira, iluminação precária, falta de segurança etc. Já para os passageiros e turistas a imagem que fica não é muito positiva.

Escadas rolantes paradas, acúmulo de sujeira e animais na praça de alimentação: retrato do abandono

Carros estacionados em local proibido, dormitório de mendigos e banheiros quebrados: retrato do descaso
Os problemas referentes ao terminal de passageiros parecem estar longe de uma solução, pois há vários anos as queixas se repetem. Não há quem fiscalize as operações e o funcionamento do terminal rodoviário e muitos transtornos são gerados a partir disso. A insegurança é reforçada pela presença de flanelinhas e a falta de agentes da CTTU para disciplinar o trânsito no local, já que muitos carros ficam parados em locais proibidos. Quem precisa se deslocar com o veículo encontra dificuldades na disputa por espaço.

Outro acontecimento bem comum na área externa do TIP é a presença de mendigos usando as antigas paradas de ônibus como dormitório. Isso pode contribuir para afastar os usuários. A Socicam é a concessionária que administra o terminal desde 2008 e seu contrato para gerenciamento do local é de 30 anos. A um portal de notícias na internet, a empresa informou por meio de uma extensa nota que os problemas estão sendo sanados e que recentemente o lugar passou por reformas.

Fotos: g1.com.br

sábado, 21 de junho de 2014

Obras de mobilidade para a Copa deverão ser concluídas totalmente em 2017

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata/PE
Muita coisa que foi prometida para melhorar a mobilidade urbana das cidades-sedes do Mundial da Copa do mundo não ficaram prontas a tempo para os jogos. Algumas delas sequer ganhou forma. As muitas obras de mobilidade urbana projetadas especialmente para a Copa em todo o Brasil deverão ser concluídas, em sua totalidade, até 2017. É o que revela um levantamento feito pelo governo e divulgado na imprensa. Na capital pernambucana não é diferente, sendo que muitos projetos que aqui estavam sendo elaborados ainda não decolaram na prática e já somam três anos de atraso.

Muitas obras estão atrasadas, a exemplo desta que é uma das estações de BRT do corredor Norte/Sul
Um dos exemplos disso é o Túnel da Abolição, no bairro da Madalena. Apesar das constantes interrupções no ritmo das obras por conta da época de chuvas, que atrasou os trabalhos, vários prazos foram prorrogados e, mesmo assim, ainda deve levar um tempo para que tudo fique pronto. Já a Via-Mangue, que pretende facilitar o deslocamento dos motoristas da Zona Sul do Recife, foi inaugurada a poucos dias, ou seja, depois do início dos jogos da copa. A passarela do metrô da linha Sul, que liga a estação Aeroporto ao Aeroporto dos Guararapes, ainda está tendo seus últimos serviços concluídos.

Independentemente deste evento esportivo de grande porte, é importante avaliarmos que o que importa neste momento não é a Copa em si, mas o legado que ela deixará em termos de transporte público de qualidade para o povo e obras que beneficiarão as cidades-sede do mundial. Apesar de muitas obras estarem atrasadas, muita coisa se fez e ainda precisa ser feita para melhorar a qualidade de vida dos usuários do transporte público. Ainda pegando carona neste evento esportivo, não devemos esquecer do Corredor Norte-Sul, que ligará Igarassu ao Centro do Recife, também prometido para ficar pronto e servir aos torcedores e turistas, mas que na prática ainda está engatinhando no ritmo das obras.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Uma breve história da antiga Rodoviária Rio Pardo

Ônibus da antiga Rio Pardo abandonados no pátio da empresa - 2008
A Rodoviária Rio Pardo foi uma empresa de ônibus que, assim como a Amapá, Rodolinda, Olindense, Tamará entre outras, deixou de operar seus serviços de transporte e fechou as portas. Intitulada de "Rio Pardo", a empresa também utilizava o nome fantasia "Rui Barbosa", nome que durante muitos anos ficou registrado na rotina dos passageiros que utilizavam suas linhas diariamente, principalmente aqueles que se deslocavam para a Zona Norte da capital pernambucana.

Este prédio foi a única lembrança que restou da extinta Rio Pardo. Foto: Anderson Miguel
Uma das primeiras empresas de ônibus fundadas no Recife, diz a história que o fim da Rio Pardo foi acompanhado por diversas ações judiciais e intervenções feitas pela antiga EMTU na operação de suas linhas. A empresa chegou a operar um total de 15 linhas, concentradas principalmente na Zona Norte do Recife. Apesar de não existir mais, a Rio Pardo sempre estará registrada na história do transporte coletivo pernambucano. A companhia teve seu fim definitivo em junho de 2003.

Algumas linhas operadas pela extinta Rui Barbosa e atualmente servidas pela Transcol (área 10):

330 - CASA AMARELA/CDU

511 - ALTO DO MANDU

516 - CASA AMARELA (Nova Torre)

524 - SÍTIO DOS PINTOS (Dois Irmãos)

527 - SÍTIO DOS PINTOS/IMIP (Joana Bezerra)

531 - CASA AMARELA (Rosa e Silva)

533 - CASA AMARELA (Bacurau)

930 - RIO DOCE/DOIS IRMÃOS

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Ônibus turístico Recife/Olinda ainda não saiu do papel!

Anunciado em dezembro de 2013 pela Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, o projeto do ônibus turístico contaria com 6 ônibus modernos de modelo Double Deck, com capacidade para 74 passageiros, capota retrátil, compartimento para bicicletas, plataformas de acessibilidade para cadeirantes e ar condicionado. O percurso do veículo seria de 43 km, partindo do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, até a igreja do Carmo, em Olinda. O modelo é copiado de cidades desenvolvidas como Londres e Buenos Aires e o veículo contaria ainda com serviço especial de guia trilíngue e audiodescrição para deficientes.


Previsto para entrar em operação em abril deste ano, o ônibus turístico que levaria os turistas e visitantes da capital pernambucana para fazer um tour entre as duas cidades ainda não saiu do papel. O ônibus tinha como um dos objetivos promover a integração entre os principais atrativos turísticos de Recife e Olinda, facilitando os deslocamentos dos turistas. Para quem desejava, ansioso, conhecer e viajar na novidade que mudaria a cara do turismo pernambucano, fica a pergunta no ar se este projeto vai realmente decolar. A um site de notícias, a Empetur afirmou que até o segundo semestre deste ano o sistema vai ser implantado na cidade.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O triste fim de muitos ônibus: o ferro-velho!


Todos sabemos que tudo tem o seu tempo, principalmente aquele objeto que usamos com frequência ou mesmo um veículo automotor para o nosso transporte. Um automóvel, por exemplo, é lançado por uma montadora e revendido por uma concessionária. Os consumidores ficam na expectativa de “estreiar” nas ruas o tão sonhado carro novo. Neste caso, com o ônibus não é diferente. Muitos busólogos até fazem plantão nas portas das garagens de empresas esperando as novidades da renovação chegarem, para serem os primeiros a fotografar as máquinas novas!

No entanto, após um certo período que varia entre 7 e até 13-14 anos de vida útil, os coletivos, já muito velhos, assumem papel secundário nas atividades de transporte: ou são aposentados e ficam na garagem por um bom tempo esperando um comprador, ou são vendidos a escolas, empresas, órgãos privados etc, ou mesmo são vendidos diretamente para o ferro-velho e transformados em sucata.

Ônibus que outrora transportavam passageiros nas décadas de 80 e 90, hoje estão parados
Diferente das demais opções, na sucata o ônibus é desmontado e suas peças são reaproveitadas em outros veículos, como caminhões por exemplo. Há ainda aqueles ônibus que permanecem durante muitos anos parado, levando chuva, sol e enfrentando outras intempéries do tempo. Parece que o relógio é um inimigo, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica aproveitar o velho ônibus. A única coisa que se torna viável é o reaproveitamento das peças.

Na minha infância, assisti a um desenho animado na televisão em que uma motorista de transporte escolar assistia triste aos últimos momentos de operação de seu velho ônibus. A personagem infantil insistia em dizer aos passageiros mirins que seu veículo iria, em breve, ser desativado e transformado em latinhas de refrigerante. Mas no final da história, uma reviravolta acontece: o ônibus da motorista é reformado e entregue, novinho em folha, a ela novamente e então o desenho ganha um final feliz. Mas, na vida real, nem sempre é assim.

No final do ano passado, eu e meu amigo busólogo Luiz Carlos visitamos um terreno com ônibus abandonados no bairro de Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo de Santo Agostinho. A quantidade de veículos que outrora transportavam passageiros nos anos oitenta e noventa é grande, ao lado de peças e ônibus desmontados. No entanto, o que para muita gente não passa de sucata e ferro-velho, para nós, busólogos, são verdadeiras relíquias de um passado que não volta mais, mas que permanece eternamente imortalizado nas nossas memórias.

domingo, 8 de junho de 2014

BRT finalmente começa a circular no Recife

Foto: Guto de Castro
Alguns ônibus articulados do BRT (Bus Rapid Transit), que em português significa Transporte Rápido por Ônibus, começaram a circular a partir de ontem, sábado (07/06) no Recife. Os passageiros receberam a novidade com muita expectativa, já que o sistema BRT promete revolucionar o sistema de transporte na capital pernambucana, tanto pela modernidade quanto pela comodidade aos usuários. Apesar de todo esforço para entregar as obras do corredor do BRT a tempo para a Copa do Mundo, apenas duas estações foram entregues no corredor Leste/Oeste.

A expectativa do Grande Recife Consórcio de Transporte é que até o final da próxima semana, todas as estações do veículo localizadas na Av. Caxangá estejam funcionando, já que a grande maioria delas ainda está em fase de implantação. Os novos ônibus articulados, Via Livre, transportam cerca de 140 a 160 passageiros, contam com ar condicionado e possuem ainda a vantagem da rapidez, já que estes irão circular em corredores exclusivos e os passageiros vão pagar a tarifa antes de embarcar no coletivo, dentro das estações.

O novo modelo de transporte apresentado é semelhante ao metrô, com as plataformas de embarque/desembarque em nível e pagamento antecipado da passagem. No Recife, o sistema será conduzido pelo Consórcio Conorte e pela Rodoviária Metropolitana. Os ônibus Via Livre irão agilizar o transporte de passageiros e diminuir o tempo de espera pelo transporte. Nas próximas semanas, as estações ainda em obras serão inauguradas gradativamente.