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Foto: Gutemberg Siqueira |
Chegar no bairro de Arthur Lundregueen II, em Paulista, a 19 km do Recife, e se deparar com o terreno vazio e sem uso que já abrigou a garagem da extinta empresa de ônibus Oliveira, é fazer uma viagem no tempo. No local, a vegetação toma conta do lugar e apenas uma cerca demarca o território e impede a passagem de invasores. Quem passa pelo local logo avista a presença de um segurança particular, que cuida da área 24 h por dia.
A Oliveira já foi uma das empresas mais fortes e atuantes do município de Paulista/PE. Nos anos 90, a companhia atingiu seu auge e ficou conhecida por suas renovações de frota, que incluíam inclusive carrocerias Thamco e chassis Volvo, de motorização traseira. Fazendo uma releitura do passado, podemos constatar que a Oliveira acumulou muitos anos de estrada prestando serviços ao povo paulistense e se tornou uma das empresas de ônibus mais consolidadas da cidade, durante seu período de existência. Em visita ao terreno em 2008, o busólogo Gutemberg Siqueira diz, em seu relato: "Uma época de pura nostalgia, que infelizmente acabou tão cedo... TRISTE FIM! Eu e Robson fomos lá ver de perto o cemitério (de ônibus), acho que nem existe mais".
Nesta foto acima, de autor desconhecido, observamos a garagem da antiga Oliveira, nos seus "Anos Dourados". Nesses tempos, a empresa possuía várias linhas que se concentravam nos municípios de Paulista, Olinda e Recife e algumas destas linhas eram: Jardim Paulista Alto, Jardim Paulista Baixo, Arthur Lundreguen I e II, Paratibe e Mirueira, todas integrando no Terminal da PE-15 em Olinda. Nesta época, a companhia era considerada uma das mais fortes empresas do segmento de transportes de Paulista e região.
Mas hoje, 17 anos depois de seu fim definitivo, o cenário que antes era a sua garagem agora nada mais é do que um terreno triste, vazio e sem vida. Local que antes foi palco do entra e sai de ônibus após cada dia de expediente e que hoje remete apenas a lembranças e saudades. Lembranças estas que não voltam mais, mas que ficarão imortalizadas no tempo. Talvez, moradores mais antigos já estão tão acostumados com a ausência de atividades no antigo terreno, que pode ser que nem estejam mais lembrados que um dia ali funcionou uma empresa de transportes.
Muitos fatos interessantes cercaram o ponto final que encerrou a trajetória da Oliveira. Questões que repercutiram na imprensa na época e que pegaram muita gente de surpresa. A concessionária era detentora de muitas linhas de ônibus, com algumas que ligavam os principais bairros de Paulista ao Centro do Recife. Relatos apontam que, após o falecimento de seu fundador, a segunda geração da família no comando da companhia não conseguiu levar o negócio adiante. Em 1998, uma determinação judicial decretou para sempre o fim desta empresa.