Para quem faz do busão, uma verdadeira paixão!

sábado, 11 de junho de 2016

Caio Vitória: um ônibus que fez história no Brasil e que marcou gerações


Primeiro Caio Vitória ainda na montadora

A década de 1990 foi rica em modelos e tipos de ônibus produzidos no Brasil. Grandes montadoras como Marcopolo, Busscar e Caio se consolidaram no país e se destacaram pela produção em ritmo frenético de ônibus que se tornaram clássicos de uma época. Grandes famílias de ônibus – como o Torino e o Ciferal, por exemplo, ganharam a confiança dos usuários e marcaram presença nas garagens de ônibus. Com o Caio Vitória não foi diferente. O ônibus atravessou gerações e se adaptou às diversas configurações e versões aplicadas ao longo de pouco mais de uma década presente na linha de produção da fábrica.


Caio Vitória na fábrica em 1993
Projetado pela primeira vez em 1987 e lançado no ano seguinte, o modelo de ônibus urbano Caio Vitória atravessou diversas conjunturas políticas, econômicas e sociais do Brasil. Momentos difíceis no país como a inflação, a estabilização monetária e a expansão da indústria automobilística, que já na década de 1990 esbarrava nos grandes congestionamentos dos principais centros urbanos. Ao brasileiro e usuários do transporte coletivo, restou buscar outras opções de transporte, inclusive os que utilizam energia limpa, como o metrô movido a eletricidade e a bicicleta, por exemplo. 


Sem dúvida, o Vitória deixou saudades. Hoje em dia, sua presença nas ruas não é tão evidente como era a 15, 20 anos atrás, quando o veículo era sinônimo de perfeição e qualidade. No Recife, praticamente  todas as empresas possuíam o Caio Vitória, que era referência em transporte de passageiros e se destacava até mesmo do modelo mais próximo de sua geração: o Caio Alpha. Mantendo um bom nível de vendas, o Vitória fechou o ano de 1995 com bons índices de aprovação entre os usuários. Nas ruas, algumas características chamavam a atenção e tornaram este tipo de ônibus especial: a suspensão elevada, a tarja preta nos faróis traseiros (presente em alguns modelos) e o ronco do motor que ecoava com intensidade.

Caio Vitória com porta central e motorização traseira. Modelo na foto é encarroçado sobre chassi Volvo.

Nesta foto abaixo, registrada em 1994 e noticiada pelos jornais na época, observamos  a greve dos funcionários de uma empresa de ônibus do Recife por reivindicações da categoria. Vemos também que a principal “estrela” da foto é um ônibus Caio Vitória modelo Scania L-113 CL, de motorização traseira; este busão possuía um ronco de motor incomparável e confere certa nostalgia ao transporte recifense da década de 1990. A imagem, ao que parece, foi fotografada em frente à garagem da empresa e, com certeza, ficará na lembrança de muita gente que vivenciou o período. Ao longo de sua história, o ônibus se destacou por seu design robusto e diferenciado, sem perder suas principais características originais de fábrica, nas várias versões do modelo.


Nesta foto histórica registrada em 1994, durante a greve da Borborema, observamos na imagem um Caio Vitória de motorização traseira.
Mas o Vitória conseguiu se destacar entre diversas outras carrocerias de ônibus e acabou entrando para a história. Afinal, nossos pais e nossos avós devem ter utilizado este ônibus que, com seu design, deixou sua marca registrada e chamou a atenção de diversos frotistas e empresários de transporte do Brasil. Com o fim de sua produção, cuja última unidade do veículo foi fabricada em 1997, o Vitória consolidou sua marca e deixou um grande legado na história do transporte coletivo de passageiros, ficando conhecido como um ônibus que fez história no Brasil e que marcou gerações. Afinal, quase todos têm uma história para contar sobre o Caio Vitória, desde os seus avós, passando pelos seus pais até o seu irmão mais velho que vivenciou a época, um ônibus em que sua presença se tornou quase obrigatória nas garagens dos empresários de transporte.

Caio Vitória articulado, criado para suprir a grande demanda de usuários


Além do mais, devemos destacar também  o modelo encarroçado  sob o chassi Scania, um item que conferia certa exclusividade  ao veículo. Trata-se do Caio Vitória urbano Scania L-113, lançado em 1991 no Recife. A imprensa destacou na época o evento de lançamento que contou com a presença de figuras importantes do mundo empresarial dos segmentos rodoviário e automobilístico, como dos empresários Luiz Morato, da antiga São Paulo, Paulo Chaves, da atual Caxangá  e Luciano, da empresa Transcol, entre outras personalidades. Na ocasião, a reportagem ainda ressaltou que o então novo ônibus da marca Vitória montado sob o chassi Scania contava  com suspensão a ar nos eixos dianteiro e traseiro, sistema de auto nivelamento e amortecedores que proporcionavam um rodar macio e seguro. Esses e outros itens traziam mais comodidade aos passageiros. Uma verdadeira revolução para o setor de transportes na época.


Fábrica da Caio Norte em Jaboatão/PE, hoje desativada.


E para não deixar passar em branco na história, neste breve resumo que faço  sobre o Caio Vitória, não poderia deixar de falar sobre uma das unidades industriais responsáveis pela fabricação desse tipo de ônibus, instalada durante muitos anos no município de Jaboatão dos Guararapes, a 19km do Recife e que produziu muitos  veículos do modelo em larga escala, possibilitando uma maior adesão dos empresários. Atualmente desativada, a fábrica contribuiu  significativamente para a construção da história dos transportes. Se adaptou às transformações da indústria de chassis e motores. Deixou um grande legado. Popularizou no Nordeste um produto idealizado no Sul do país. Expandiu fronteiras e hoje remete apenas às lembranças de um passado rico e nostálgico.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Progresso amplia sua presença nas Redes Sociais para fortalecer seu relacionamento com os usuários


A Viação Progresso, empresa de ônibus mais antiga de Pernambuco e tradicional no segmento de transporte de passageiros no estado, que explora linhas intermunicipais e interestaduais, está promovendo suas ações em prol da melhoria da qualidade do atendimento ao usuário e divulgando suas campanhas nas redes sociais, uma forma de se aproximar do seu público e conscientizar a população com mensagens sobre educação no trânsito, transporte e mobilidade urbana. A iniciativa foi aprovada por internautas e bem recebida pelo público em geral.

O busólogo Anderson Miguel aprovou a criação da página na internet e contribuiu com sugestões sobre a melhoria dos serviços prestados pela empresa: "Acho a Progresso boa em relação ao serviço prestado. Deveria melhorar em certos quesitos como pontualidade, conservação dos veículos e aquisição de novas unidades, mais confortáveis e maiores. A volta de serviços antigos também é bem-vinda, o marketing precisa ser mais trabalhado. Bom saber que agora está nas redes sociais", pondera o jovem, que utiliza os ônibus da Progresso para participar de eventos que reúnem grupos de busólogos em cidades do interior pernambucano, a exemplo de Caruaru, uma das cidades mais visitadas em algumas épocas do ano.

A empresa promove campanhas educativas para conscientizar a população
A Progresso é considerada a segunda empresa de transporte de passageiros mais antiga do Brasil, e, desde o seu início, a sua filosofia de trabalho sempre foi focar sua atuação nas linhas intermunicipais e interestaduais e investir na excelência dos serviços prestados. Pioneira desde seu surgimento, a empresa fundada por João Tude de Melo também foi a primeira a projetar os primeiros ônibus com motor dianteiro embutido na carroceria. A companhia é sinônimo de referência entre outras empresas de transporte.

Com a nova fan page, a empresa pretende se aproximar ainda mais de seus clientes e estabelecer uma relação de confiança e credibilidade com o público. Com sua presença cada vez mais fortalecida no mundo virtual e real, agora os internautas podem contar com um canal direto com a empresa, contribuindo com sugestões, críticas, reclamações, além de poder contar com o serviço de compra de passagens e ficar por dentro dos eventos e campanhas educativas promovidas pela empresa. A página criada no Facebook representa a Agência de Viagens da companhia e pode ser acessada pelo endereço eletrônico www.facebook.com/Viaje Progresso. Com menos de 1 mês de lançada, a fan page já contabiliza quase 150 curtidas.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Você conhece a história dos backbus e outbus no Recife? As famosas propagandas em ônibus!

Fac-símile de um backbus. Foto: livro "História da propaganda em Pernambuco".
Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Seja em rádio, televisão ou veículos da comunicação impressa. E nos backbus e outbus não tem sido diferente. Nos últimos 15 anos, esta modalidade de marketing vem ganhando força no mercado publicitário e alavancando significativamente os negócios dos anunciantes. Além de atrair novos clientes, os anúncios estampados parcialmente ou totalmente nas traseiras dos ônibus demonstram a capacidade de visualização e de retorno para quem anuncia.

Nestas duas fotos abaixo, observamos duas propagandas estampadas nos vidros traseiros dos ônibus, cujo conteúdo estimula o mercado publicitário a apostar cada vez mais nesse segmento da publicidade:




E não é difícil encontrar empresas que apostam nesse tipo de propaganda. No Recife, por exemplo, a Rota - empresa de publicidade especializada em backbus e outbus - é líder no segmento e já acumula vasta experiência nos muitos anos que dedica a esta atividade, destacando-se como empresa tradicional no setor. Com retorno financeiro garantido, cada vez mais anunciantes buscam divulgar seus anúncios nas traseiras dos ônibus, visando promover suas marcas e torná-las mais conhecidas por seu público-alvo. Desta forma, as empresas de ônibus arrecadam um lucro extra no final do mês.

O outbus chegou ao Recife em 1985, através do empresário de publicidade Wilson Guimarães, precursor dessa mídia na cidade e fundador da Rota Publicidade, que no ano passado completou 30 anos de atuação no mercado publicitário na capital pernambucana. A ideia inicial do outbus era ser uma mídia alternativa para atender à demanda de anunciantes que não dispunham de meios para chegar de imediato às mídias convencionais de rádio, jornal e TV. Hoje, esta modalidade de anúncios é considerada uma extensão do mercado publicitário e está presente não somente em todas as linhas de ônibus do Grande Recife como também nos táxis, metrôs e aeroportos.

O serviço de colagem dos anúncios é realizado de madrugada, período em que os ônibus estão em suas garagens. Durante o dia, horário em que os veículos estão circulando, é grande a quantidade de pessoas que, enquanto estão caminhando pelas ruas e avenidas de grande fluxo de veículos e pedestres, visualizam os anúncios. E quanto maior o percurso percorrido pelo busão, maior quantidade de pessoas avistam a publicidade. Bom para quem vê, melhor ainda para quem anuncia!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Após oito anos de lançamento, serviço de TV nos ônibus do Recife ainda não avançou


Em 2008, era anunciada uma novidade que prometia melhorar a qualidade do serviço público de transporte de passageiros no Recife e Região Metropolitana. Tratava-se do serviço de tevê nos ônibus, uma parceria entre a Secretaria das Cidades e o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, que tinha o objetivo de dar sequência às ações adotadas para a melhoria do sistema de transporte. O serviço contava com um sistema de TV fechado elaborado especialmente para o passageiro usuário do sistema.

A iniciativa foi copiada de outras capitais brasileiras que também contavam com o serviço, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. O sistema de TV seria administrado pelas empresas operadoras sem nenhum custo para o sistema, e com a vantagem de transmitir imagens de qualidade sem a interferência de tremedeira, ausência de sinal ou outros fatores externos que pudessem atrapalhar a captação das imagens, sendo que a programação é controlada por uma unidade central.

Inicialmente, foram cerca de 55 veículos equipados (das empresas Borborema e Transcol), distribuídos em sete linhas, que atendem a diversos bairros da Região Metropolitana, beneficiando milhares de passageiros, com programas de diversos gêneros, voltados às áreas de saúde, cultura, culinária, entretenimento, meio-ambiente e educação. As tevês instaladas nos coletivos contavam com uma programação variada, porém respeitando os critérios de controle de qualidade estabelecidos pela legislação nacional de comunicação pública.

Tanto na capital pernambucana como nas praças em que o serviço foi instalado, a repercussão foi bastante positiva, visto que os passageiros podem contar com entretenimento e informação durante as viagens, entretanto o serviço que poderia ser adotado em todas as empresas de ônibus do Grande Recife, parece não ter decolado com o passar dos anos. Atualmente, é possível visualizar o sistema em muitos ônibus da cidade, no entanto em grande parte deles o equipamento está desligado ou danificado por falta de manutenção.

No Recife, a chegada do Bus TV, há oito anos, representou um avanço importante, mas em contraponto ainda não avançou como deveria. Na cidade de Curitiba, por exemplo, conhecida como uma das cidades brasileiras que possui um dos sistemas de transporte mais avançados do país, o serviço de TV a bordo funciona até hoje e é exemplo para outras cidades. Os curitibanos aprovaram o sistema, que conta com programação de utilizada pública, notícias e mensagens de respeito às leis de trânsito e preservação ambiental.

Foto: www.curitiba.pr.gov.br

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Por que os trólebus e os ônibus de dois andares da CTU foram desativados?


Muito se fala a respeito da desativação dos trólebus do Recife e também dos famosos "ônibus de dois andares", como eram conhecidos, ambos da antiga CTU, porém pouco se sabe sobre o porquê da retirada desses veículos de circulação. Registros históricos apontam para a total decadência do sistema de ônibus elétricos da cidade do Recife e o sucateamento dos ônibus a diesel da empresa CTU, como se pode observar em reportagens antigas de jornais.

Esta era a visão interna de um trólebus da CTU Recife na década de 1970
Nesse mesmo contexto, também merece destaque a história do ônibus de dois andares, que passou curtíssimo tempo operando o transporte de passageiros, pois fora retirado de circulação pelo sucessor de Joaquim Francisco na gestão municipal, que alegou altos custos de manutenção e risco de acidentes com a fiação elétrica da cidade. Segundo o presidente da Pernambuco Ônibus Clube, Valdir Lima:

"A desativação não teve nada haver em relação a "fiação da cidade" se fosse por este motivos eles nunca teriam operado. Simplesmente toda vez que mudava de gestão no executivo municipal, apareciam as "novidades" na antiga CTU, inclusive até as cores da frota mudava. O Prefeito Joaquim Francisco investiu neste modelo, já o seu sucessor retirou tudo alegando alto custo de manutenção e que o risco de acidentes era grande. Esta sim é a verdade."

Logo após a aquisição da empresa CTU em 2001 pela Cidade do Recife Transportes (CRT), o serviço de trólebus ainda tentou sobreviver sendo mantido pela CRT. No entanto, sem sucesso, o serviço de ônibus elétricos durou poucos meses na nova gestão, tendo em vista que a maioria já estava sucateada e por isso foi preciso importar trólebus usados de uma empresa de outro estado do país. Muito se discute, hoje em dia, sobre a implantação de ônibus elétricos sob o argumento de que eles consomem energia limpa, no entanto pouco se faz para que isso se concretize.


Os ônibus de dois andares da CTU passaram curtíssimo tempo circulando no Recife
Tanto o ônibus de dois andares quando os saudosos ônibus elétricos ficarão para sempre na memória daqueles que vivenciaram a época da CTU. Talvez personagens da política ou mesmo empresários do setor, por não enxergarem viabilidade no negócio, decidiram pelo fim desses veículos. Em 2006, toda a sucata dos elétricos foi desmontada e revendida ao ferro-velho. Não sobrou um sequer para contar a história. Hoje, treze anos depois do fim definitivo da CTU, a única lembrança que restou da estatal é o seu antigo prédio-sede, no bairro de Santo Amaro, Zona Norte do Recife.


Esta manchete de jornal de 1998 noticiava a decadência da CTU e dos trólebus
Hoje, terreno que já foi a garagem da antiga CTU um dia, serve de depósito de veículos apreendidos da SDS/PE



Até hoje, o que se sabe a respeito do sistema de trólebus do Recife é que a CRT, empresa que comprou a CTU, não cumpriu o contrato de privatização que estabelecia a renovação da frota de trólebus. Desta forma, todos os ônibus elétricos e demais veículos a diesel, assim como o "ônibus de dois andares", agora fazem parte apenas de lembranças do passado. A CTU quase chegou a monopolizar o transporte de passageiros no Recife e era uma das maiores empresas do sistema.

Pegando carona na questão dos ônibus elétricos, depois de vasculhar arquivos e pesquisar bastante, encontrei algumas informações sobre o Thamco ODA, popularmente conhecido como "ônibus de dois andares". Este circulou no Recife durante o período de 1990 a 1992, o veículo era considerado uma raridade por ser o único modelo urbano de dois andares a circular na capital pernambucana. Ao trafegar, sua carroceria balançava muito e seu espaço interno era mais apertado em relação aos ônibus convencionais. Muitos busólogos e admiradores de ônibus que vivenciaram a experiência de andar no Thamco ODA, lembram-se dessa época que deve ter sido inesquecível.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Entrevista com Seu Lula, um dos fundadores da Viação Mirim, sobre a história da empresa


Seu Lula, um dos fundadores da Viação Mirim e um grande amigo dos busólogos, me concedeu esta pequena entrevista com algumas informações sobre a história desta empresa.

Por que o nome “Mirim”?

Foi um nome escolhido aleatoriamente que ele batizou a empresa, virou sua marca registrada e deu certo até hoje.
Como surgiu a empresa?

A primeira linha foi Cavaleiro/Ceasa e começou com os micro-ônibus e as kombis. Seu Elias era prestamista e vendia quadros, até fundar a empresa, que naquela época era denominada Auto Lotação Mirim e teve dificuldade para operar por causa do sistema de transporte que era desorganizado na época.

Quais foram as dificuldades e os desafios que a empresa já enfrentou nestas décadas de existência?

A concorrência com as demais empresas de ônibus, como Metropolitana e Borborema, já que o setor de transporte de passageiros no Recife ainda não era regulamentado antes da chegada da EMTU.

Como era o tempo das linhas de Camaragibe e por que a empresa deixou de operar naquela área?

Aquelas linhas (6 linhas) eram Tabatinga, Santa Mônica, Cosme Damião, entre outras que não me recordo agora e estas causavam prejuízo. As pessoas queriam andar de graça, apresentavam carteiras de estudante falsas e algumas até chegavam a ameaçar o cobrador. Isso até meados dos anos 2000. Depois a Rodoviária Metropolitana comprou as linhas e ganhou na antiga EMTU a concessão definitiva dessas linhas e o direito de operá-las naquela área.

Como se deu a transição dos micro-ônibus para os ônibus convencionais?

Elias fez a troca dos micro-ônibus pelos ônibus grandes na antiga Norasa da Imbiribeira, onde hoje funciona a loja TendTudo. Aos poucos, ele foi pagando o financiamento dos ônibus maiores até quitar integralmente toda a dívida.

Como é a relação de Seu Elias com os demais empresários de transporte?

Ele sempre foi uma pessoa simples, humilde e gosta de conviver com os mais pobres. Nunca foi de estar muito com pessoas ricas, mas cultiva uma amizade com o dono da Metropolitana.

Nos anos 80 e 90, era muito comum a publicação nos jornais impressos de manchetes noticiando aquisições de ônibus feitas pelas empresas. O senhor lembra de alguma reportagem sobre a Mirim?

Eu não acompanhava muito essas notícias, não. Meu tempo mesmo era mais dedicado ao trabalho.

É verdade que empresas como a Borborema e a Metropolitana já estiveram interessadas em comprar a Mirim?


Sim, já tentaram muitas vezes, mas ele não quer vender.